Cristiano Florindo e Fernanda Araújo, estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo, Discip. de Arquitetura Contemporânea, da UNIFACS- Universidade Salvador.
terça-feira, 16 de junho de 2009
ROBERT VENTURI
Robert Charles Venturi, nascido na Filadélifia- EUA em 1925, é um arquiteto, crítico da Arquitetura Moderna.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
O INTERIOR E O EXTERIOR por Robert Venturi
Durante o século XX, a rigidez e regras da Arquitetura Moderna limitavam as possibilidades de novas criações e conceitos; o interior e o exterior das edificações deveriam se interrelacionar, "conversar".
Robert Venturi, no texto O interior e o exterior, da sua publicação "Complexidade e Contradição em Arquitetura", baseado em exemplos históricos, defende a ideia que o contraste/oposição entre o interior e o exterior, uma tendência dos projetos contemporâneos, pode ser uma importante manifestação de contradição em Arquitetura; ele não vê isto como um aspecto negativo. Com isso, o Arquiteto faz uma crítica direta aos "dogmas" da Arquitetura Moderna.
Ao analisar inúmeras edificações (Villa Savoye, Evans House, Piazza del Plebiscito, SS. Sergius e Bacchus,Igreja de Imatra, entre outros), de diferentes épocas, Venturi levanta importantes discussões a respeito de Rigidez e fluidez de espaços, aberturas e fechamentos, luz e sombra, cheios e vazios, clareza e complexidade..., e como estas relações dialéticas se associam ou não com a relação existente entre o interior e o exterior de edificações.
MISS SARGAFABRIK (1996-2000)
Miss Sargafabrik- Viena
O projeto do Miss Sargafabrik tenta compatibilizar, formalmente, as demandas e necessidades do ser humano do século XXI: habitar, trabalhar, descansar, trocar experiências comunitárias, sonhar, aventurar, apreciar a paisagem...
Um aspecto deste projeto que chama a atenção é o luxo e a audácia da proposta, o que é incompatível com os projetos comuns de habitação coletiva/social, constantemente vistos. É interessante o fato de todos os moradores viverem em apartamentos diferenciados (em termos de desenho e detalhes) e de sua escolha; e o melhor, os preços são acessíveis.
O edifício Miss Sargafabrik, possui 39 apartamentos, cada um com características únicas (pés-direitos com alturas variadas, espaços flexíveis, apartamentos com áreas distintas, tetos inclinados, por exemplo); espaços comunitários heterogêneos e voltados a pessoas de todas as idades (biblioteca, cozinha comunitária high-tech, salas, lavanderia, piscina, jardins...).
Miss Sargafabrik, com 4372m² de área ocupada, custou 5,4 milhões de euros.
Um dos apartamentos do Miss Sargafabrik
Um novo conceito de habitação coletiva
O sucesso da construção de um edifício habitacional em Viena-Áustria, denominado Sargafabrik, inspirou a equipe de arquitetos do BKK-3 (atelier; escritório) a testarem novas possibilidades de usos e programas; com isso, novos conceitos de morar/habitar surgiram; e assim, surgiu o Miss Sargafabrik- uma nova, arrojada e conceitual unidade de habitação.
O sucesso da construção de um edifício habitacional em Viena-Áustria, denominado Sargafabrik, inspirou a equipe de arquitetos do BKK-3 (atelier; escritório) a testarem novas possibilidades de usos e programas; com isso, novos conceitos de morar/habitar surgiram; e assim, surgiu o Miss Sargafabrik- uma nova, arrojada e conceitual unidade de habitação.
O projeto do Miss Sargafabrik tenta compatibilizar, formalmente, as demandas e necessidades do ser humano do século XXI: habitar, trabalhar, descansar, trocar experiências comunitárias, sonhar, aventurar, apreciar a paisagem...
Um aspecto deste projeto que chama a atenção é o luxo e a audácia da proposta, o que é incompatível com os projetos comuns de habitação coletiva/social, constantemente vistos. É interessante o fato de todos os moradores viverem em apartamentos diferenciados (em termos de desenho e detalhes) e de sua escolha; e o melhor, os preços são acessíveis.
O edifício Miss Sargafabrik, possui 39 apartamentos, cada um com características únicas (pés-direitos com alturas variadas, espaços flexíveis, apartamentos com áreas distintas, tetos inclinados, por exemplo); espaços comunitários heterogêneos e voltados a pessoas de todas as idades (biblioteca, cozinha comunitária high-tech, salas, lavanderia, piscina, jardins...).
Miss Sargafabrik, com 4372m² de área ocupada, custou 5,4 milhões de euros.
Um dos apartamentos do Miss Sargafabrik
Espaços Comunitários:
O Miss Sargafabrik por fora e por dentro
Nenhuma fachada do edifício é igual, cada uma possui diferenciações extremamente claras- aberturas com dimensões distintas, angulações retas e oblíquoas, avanços e recuos, inclinações, cheios e vazios, claro e escuro, entre outros aspectos. Tudo isto gera um dinamismo muito grande, quebrando a monotonia; análises feitas a partir de diferentes pontos de observação, podem revelar particularidades,novas perspectivas, assimetria.
Fachada Principal
As Fachadas sob diferentes perspectivas:
Internamente, cada espaço oferece experiências distintas, não há nada igual. Nota-se diferenciações de pés-direitos (variações de quase 1 metro); rampas e escadas, com diferentes dimensões e em posições diversas, interligando pavimentos; os espaços não são fechados apenas por planos horizontais e verticais, mas, por planos oblíquos e inclinados; os espaços são multifuncionais e heterogêneos; as dimensões dos ambientes e espaços são variadas; os tipos de pavimentação varia em termos de textura, cores, aspecto; a utilização de concreto, vidro e metal; o uso de cor e iluminação para conferir mais identidade a certos ambientes; etc.
Térreo
3º pavimento
5º pavimento
9º pavimento
Espaços comunitários:
Apartamentos:
Espaços comunitários:
Apartamentos:
Muitas vezes, o espaço interior do Miss Sargafabrik pode ser “desvendado”/revelado a partir das aberturas das fachadas- descidas e subidas internas que se projetam nas fachadas, aberturas que favorecem ou não a passagem de muita luz, pés-direitos duplos e sua relação com as dimensões de certos trechos das esquadrias, por exemplo.
Apesar de o interior e o exterior do Miss Sargafabrik possuírem características semelhantes- dinamismo, uso de materiais de construção diversos, heterogeneidade, espaço interno influenciando na fachada e vice-versa, assimetria, diálogo formal...- nota-se uma CONTRADIÇÃO/CONTRASTE entre as partes que compõem o edifício; as fachadas são menos complexas que a estruturação e composição formal dos espaços interiores.
PRADA STORE - EPICENTRO (2003)
Inaugurada em 2003, a Prada Store Tóquio (Epicentro) projetada pelos arquitetos Herzog e de Meuron, vem destacando a atenção do mundo por ser um elemento ímpar, fascinando a todos com suas cinco faces irregulares em vidro amarradas com cordas de aço, formando assim uma trama quadrangular de planos de vidros côncavos e convexos.
Uma edificação monumental, seu exterior com sua transparência e complexidade contradiz o interior singelo. Interno e externo não tem associações, diálogo.
Jacques Herzog descreve essas vidraças como "um dispositivo óptico interativo. Porque alguns dos vidros são curvos, parecem se mover como você anda em torno dela. Isso cria sensibilização tanto da mercadoria e da cidade, há um intenso diálogo entre os atores. Além disso, a rede traz uma escala humana para a arquitetura, como exibir janelas. É quase antiquado."
“Fizemos uma oportunidade para criar um pequeno espaço ao ar livre, como em cidades européias. Nós também invertemos a típica ênfase japonesa na procura interna, dando importância à vista.” diz Herzog.
Inserida numa área tradicional de Tóquio e implantada em local estratégico no terreno, criando assim uma pequena praça na entrada do local; a edificação de uma das marcas mais importantes e badaladas mundialmente, a PRADA; destaca-se na contemporaneidade do mundo da arquitetura.
Uma edificação monumental, seu exterior com sua transparência e complexidade contradiz o interior singelo. Interno e externo não tem associações, diálogo.
Jacques Herzog descreve essas vidraças como "um dispositivo óptico interativo. Porque alguns dos vidros são curvos, parecem se mover como você anda em torno dela. Isso cria sensibilização tanto da mercadoria e da cidade, há um intenso diálogo entre os atores. Além disso, a rede traz uma escala humana para a arquitetura, como exibir janelas. É quase antiquado."
“Fizemos uma oportunidade para criar um pequeno espaço ao ar livre, como em cidades européias. Nós também invertemos a típica ênfase japonesa na procura interna, dando importância à vista.” diz Herzog.
Inserida numa área tradicional de Tóquio e implantada em local estratégico no terreno, criando assim uma pequena praça na entrada do local; a edificação de uma das marcas mais importantes e badaladas mundialmente, a PRADA; destaca-se na contemporaneidade do mundo da arquitetura.
Fachada vista internamente.
Seu interior é todo em branco e creme, como nas baixas mesas expositoras de fibra de vidro gelatinosa, iluminadas por dentro.
Interior da loja.
Ignez Ferraz
Interior da loja.
Suas fachadas com as movimentações côncavas e convexas dos seus ”óculos duplos de vidro” causam efeitos múltiplos e duvidosos aos transeuntes, onde seu interior tenta ser revelado e ao mesmo tempo dificultado através das diferenciadas curvas e ângulos de seus planos de vidro.
Por se tratar de uma loja que visa expor seus produtos ao máximo, seu design acabou prejudicando as atividades internas(uso) da edificação devido suas sinuosidades.
Por se tratar de uma loja que visa expor seus produtos ao máximo, seu design acabou prejudicando as atividades internas(uso) da edificação devido suas sinuosidades.
Até mesmo a porta de entrada acompanha a angulação da fachada.
“Esta trama quadrangular, além de agradar aos nipônicos pelo seu "envolvimento", auxilia a evitar danos no edifício, já que em Tóquio ocorrem, em média, três pequenos terremotos por dia.” Ignez Ferraz
“O estilista e o arquiteto têm uma linguagem em comum: tecido da roupa/ “pele” do edifício; a estrutura, a construção, o modelo, os materiais, os acabamentos, os detalhes, a decoração...”
Ignez Ferraz
sábado, 13 de junho de 2009
BKK-3
O ESTÚDIO DE ARQUITETURA HERZOG & DE MEURON
Situado em Basiléia, o estúdio foi fundado por Jacques Herzog e Pierre de Meuron em 1978, dois arquitetos formados em 1975 em Zurique.
Com currículos parecidos, a dupla tem como sócios o arquiteto Harry Gugger em 1991 e a arquiteta Christine Binswanger em 1994.
Jacques Herzog e Pierre de Meuron
A Casa de Tavola, na Itália foi o projeto pioneiro do estúdio, apresentando a “ forma de cubo em xisto que retoma o sistema tradicional mas não duma forma naturalista”. A partir daí, muitos projetos foram realizados e reconhecidos mundialmente, entre eles o depósito de locomotivas e o posto de sinalização Auf dem Wolf (Basiléia/1988-1996), cujo revestimento em tiras de cobre o torna mundialmente famoso. Destacam-se também o armazém e sede da fábrica Ricola Europa (França/1992-1993), a Biblioteca da Escola Técnica Superior de Eberswalde ( Alemanha/1993-1996), o Museu Tate de Arte Moderna em Londres (1994-2000) que reutiliza um grande equipamento industrial abandonado, localizado em pleno centro londrino.
A obra de Herzog e De Meuron evita a recorrência de sinais estilísticos que apontem para um determinado código formal estabilizado. Pelo contrário, procurando a essência da disciplina do construir, eles entendem cada trabalho como um campo de experimentação onde tentam reencontrar as mais profundas necessidades do edifício e conteúdos do programa que o origina. Para estes arquitetos o meio para a expressão arquitetônica são os materiais de construção, que, utilizados geralmente de forma não convencional, se tornam os geradores e suportes das imagens exteriores dos edifícios.
A Casa de Tavola, na Itália foi o projeto pioneiro do estúdio, apresentando a “ forma de cubo em xisto que retoma o sistema tradicional mas não duma forma naturalista”. A partir daí, muitos projetos foram realizados e reconhecidos mundialmente, entre eles o depósito de locomotivas e o posto de sinalização Auf dem Wolf (Basiléia/1988-1996), cujo revestimento em tiras de cobre o torna mundialmente famoso. Destacam-se também o armazém e sede da fábrica Ricola Europa (França/1992-1993), a Biblioteca da Escola Técnica Superior de Eberswalde ( Alemanha/1993-1996), o Museu Tate de Arte Moderna em Londres (1994-2000) que reutiliza um grande equipamento industrial abandonado, localizado em pleno centro londrino.
A obra de Herzog e De Meuron evita a recorrência de sinais estilísticos que apontem para um determinado código formal estabilizado. Pelo contrário, procurando a essência da disciplina do construir, eles entendem cada trabalho como um campo de experimentação onde tentam reencontrar as mais profundas necessidades do edifício e conteúdos do programa que o origina. Para estes arquitetos o meio para a expressão arquitetônica são os materiais de construção, que, utilizados geralmente de forma não convencional, se tornam os geradores e suportes das imagens exteriores dos edifícios.
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